Seguindo
o desafio de listar sugestões concretas para exploração em sessões de comunidade
de leitores, desta feita o tema é o fascínio que pintura exerce nos autores. Além
destes, há muitos mais títulos que podem ser explorado, é claro. Mas deixo-vos
os fazem parte do meu património de
leituras e com os quais já me cruzei.
Há
primeira vista, estamos perante um mistério policial. Mas, depois das primeiras
páginas, percebemos que não estamos perante este tipo clássico de história.
Estamos, na verdade, perante 4 histórias de indivíduos em busca da redenção que
se dividem em dois planos temporais, Itália da década de 80 e Itália do início
do século 17. E em cada história encontramos o individuo na sua batalha pela
beleza através da criação artística; como nele convivem o bem e o mal e como o
mal não é necessariamente intrínseco, mas consequência inerente das suas
escolhas; como o vazio é também um elemento (incontornável) da vida; e que para
alguns homens o reequilíbrio só se estabelece através da morte.
E
este foi mais um capítulo na vida das personagens Jaime Ramos e Isaltino de
Jesus e fornece uma maior viagem ao passado de Ramos. É um policial em que
poucos ou nenhuns pormenores são revelados e que nos permite também uma
incursão por terras brasileiras – ou não fosse esta outra paixão do autor – e
pela sua pintura. Para quem viu há uns anos a série Um Só Coração alguns destes
pintores brasileiros que se seguem não são novidade, mas aqui ficam: Tarsila
do Amaral - Llasar segall - Ismael nery - Vicente do Rego Monteiro - António
Gomide - Victor Brecheret - John Graz - Cicero Dias - Di
Cavalcanti - Candido Portinari- Anita Malfatti
Manual
de Pintura e Caligrafia, José Saramago
«O Manual
de Pintura e Caligrafia é uma obra ímpar no género da literatura
autobiográfica entre nós e oferece-nos, no seu conjunto, um semental de ideias
e uma carta de rumos da ficção de José Saramago até à data.Nele se fundem as
escritas de uma complexa e rica tradição literária e a experiência de um tempo
vivido nos logros do quotidiano e das vicissitudes da história, que será a
substância da própria arte.» Luís de Sousa Rebelo (in www.josesaramago.org)
A
rapariga do brinco de pérola, Tracy Chavalier
Holanda,
1665. Depois do pai ficar cego na sequência de uma explosão, Griet, uma jovem
de 17 anos, é obrigada a trabalhar para ajudar a família. Torna-se então criada
na casa do pintor Johannes Vermeer. Vermeer é um perfeccionista, que demora
meses a terminar os seus quadros. Gradualmente, Griet torna-se a sua
inspiração, a sua musa. Essa inspiração dará origem a um dos mais belos quadros
do grande mestre holandês, a "Rapariga com brinco de pérola", mas
também a inúmeras perturbações familiares (Vermeer era casado) e pessoais. (in
cinecartaz.publico.pt)
Na
escrita de Perez-Reverte reúnem-se vários elementos como o thriller, a
literatura e a arte. Em a Tábua junta-se a estes a lógica e a estratégia do
xadrez. Tem como protagonista Júlia, uma jovem restauradora de arte cujo mais
recente trabalho é restaurar A Partida de Xadrez do pintor flamengo Pieter van
Huys. Ao tratar do quadro descobre nele uma inscrição que leva à investigação
de um crime cometido cerca de 500 anos antes e envolvendo os protagonistas do
quadro. É um enredo interessante que nos permite passear um pouco pelas obras
dos mestres flamengos e também nos dá vontade de conhecer melhor o xadrez, o
elemento fundamental na resolução de todos os crimes da trama.
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