Por
vezes relembro textos e reflexões escritas há algum tempo e que ainda me
parecem fazer (quase) todo o sentido. Para o bem e para o mal. É a circularidade
da experiência humana a que nem sempre podemos escapar. Podemos até quebrar certos
círculos, mas isso não impede que situações semelhantes aportem novamente ao
nosso quotidiano. No entanto, se a experiência nos ensinou algo, saberemos
lidar melhor com essas situações. Lidaremos com elas de modo diferente ou até
aprenderemos a criar em nosso redor uma espécie de escudo de protecção no qual
essa situação não entra.
Por
estes dias, as redes sociais devolveram-me a reflexão de um texto que intitulei
relações
viciadas. Foi escrito tendo em mente duas pessoas. Hoje, quando me sinto
numa situação semelhante creio que lido com ela de forma diferente. Primeiro,
tento perceber o que pode ser feito da minha parte para ultrapassar. Depois,
tento perceber se a outra pessoa também o faz ou se intencionalmente persiste
na sua postura. Por último, começo a minimizar o mais possível o diálogo e a
erguer o tal escudo em meu redor. Poderá não ser a solução perfeita, claro que
não. Mas entre a minha sanidade mental e o qualquer gozo que uma situação
problemática possa dar à outra pessoa, está o meu bem-estar.
A experiência
diz-nos que podemos mudar, mas só o faremos quando tomarmos essa consciência e
por nossa iniciativa. Não podemos mudar os outros e o esforço de o fazermos será
sempre inglório. Penso já ter atingido um determinado nível de discernimento
para avaliar quando devo ou não investir numa mudança, quando esse investimento
é bem-vindo e aceite. Quando não é, retorno a mim. ao meu silêncio e invisto na
minha serenidade. Há momentos em que o egoísmo é necessário e recomenda-se.
Comentários
Enviar um comentário