Caderno de Memórias Coloniais, Isabela Figueiredo

 


Há muito que este livro anda para ser lido. Por diversas sugestões, “Adelaide, quando puder leia…”. Pois bem, chegou finalmente o momento. Não tinha exatamente uma expetativa, senão a de que era uma memória trabalhada pelo tempo, sobretudo, do que foram os últimos momentos da vida de uma jovem adolescente em Moçambique, antes da ponte aérea para Portugal. E é isso. E é isso que o torna diferente. A perspetiva - uma jovem (pré-)adolescente - , e a verdade que passa de como essa jovem viveu. Como a autora descreve, apesar da diferença do tempo da experiência e da escrita, estas são uma mesma pessoa e essa pessoa não teme escrever como sentiu, nem como viu, e, sobretudo, como todos supunham que tinha de ver, sentir e viver. Como é que era suposto uma menina, loura, branca, pura sentir uma realidade que nada era de semelhante.

O facto é que Isabela Figueiredo é uma voz única e independente no panorama literário nacional. Uma voz que me apraz conhecer, porque me leva por caminho ainda não traçados, seja por outras autoras, seja – e calculo que mais isso – no meu percurso enquanto leitora. Uma voz com que nos atemos a diferentes perspetivas da realidade, sem um filtro romantizado e adocicado.

Prefácios de: Paulina Chiziane e José Gil | Editora: Caminho | Edição/Ano: 6ª, revista e aumentada jul, 2015 | Local: Alfragide | Impressão: Multitipo | Págs.: 222 | Capa: Rui Garrido | ISBN:. 978-972-21-2758-5| DL: 395126/15 | Localização: BLX MK 82P-94/FFIG (80364085)

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