O Coro dos defuntos, António Tavares

 


Há muito que andava para ler este livro. Aliás, há muito que ando para ler todos os títulos vencedores do Prémio Leya, objetivo que tem vindo a ficar para trás, face a todos os outros desafios de leitura. Claro que um Clube de leitura incentivou esta leitura e agora até tinha vontade de retomar este objetivo, mas, para ser sincera, não me vou comprometer.

Não sei do que estava à espera deste livro, mas o certo é que apreciei bastante, embora nem sempre a sua leitura fosse fácil, uma vez que o autor, em homenagem a Aquilino Ribeiro, recupera vocabulário em desuso citadino.

A história, ou melhor, as histórias passam-se num interior rural de um Portugal à beira de uma revolução, mas cuja distância e isolamento impedem a total captação das reverberações prévias a essa mesma revolução. Relata as vozes um país interior em extinção, o seu coro de defuntos, numa transposição da alegoria da caverna para uma diferente geografia e que utiliza a metáfora do estilhaçar da pedra para o término deste mundo circunscrito. Um mundo em que se sabia mais da ida do homem à lua do que do seu próprio país.

António Tavares revela um domínio linguístico e narrativo invejáveis e que me deixam curiosa para conhecer mais da sua obra.

Revisão: Madalena Escourido | Editora: Leya| Coleção: Prémio Leya | Edição/Ano: 2ª, dez 2015| Local: LX | Capa: Rui Garrido | Impressão: Multitipo, AG| Págs.: 214 | ISBN: 978-989-660-391-5 | D.L.: 401970/15 |Localização: BLX BPG  82P-31/TAV (80383510)

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