anda, Diana, Diana Niepce

O que é que se pode dizer sobre este diário ficcional a partir de “factos cruelmente reais”? Que ninguém percebe o que é ficar sem controlo do seu corpo. Só quem passa por isso. E faze-lo entender aos outros é também um desafio herculeo. Porque há sempre um limite à compreensão de uma experiência não vivida. Porque a esta experiência soma a sua continuidade dia após dia, o cansaço, a frustração, a (des)motivação, uma persptiva sempre diferente do corpo e da sua manipulação por terceiros, bem como a questão: o que é uma recuperação?

Não compreendemos, não sabemos dar valor. Diana Niepce tem a gentileza e a coragem de partilhar experiências de quem tem de se (re)encontrar com um corpo que, sendo o seu, deixa de conhecer. Deixa de controlar para passar a ser controlada.

Esta devia ser uma leitura – não gosto de dizer obrigatória, mas definitivamente - mais partilhada. Não é uma leitura q eu se fique indiferente e provavelmente nunca teria chegado a ela senão fossem as sugestões do Filipe Heath, a quem tenho de agradecer pela diversidade e partilha de leituras.

Editora: Teatro Praga / sistema Solar | Edição/Ano: 2ª, Abr 2022 | Local: Lisboa | Impressão: Europress | Capa: … | Págs.: 222 | ISBN: 978-989-9006-76-8 | D.L.: 497481/22 |Localização: BLX  SL 82P-94/NIE (80481102)

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