Não
me é fácil quantificar o quanto vale o trabalho. Meu ou de outrem. Não nos é
ensinado na escola e, para além de certas profissões, não há uma tabela. Sem
esquecer que culturalmente vivemos numa sociedade que procura pagar o menos
possível por um produto e serviço, recebendo o máximo possível pelo nosso
tempo, conhecimento e empenho.
Importa
perceber o quão enviesada é a nossa perceção sobre o trabalho. Nosso ou de
outrem. Seria capaz de o fazer? Com o nível equivalente de conhecimento e
aptidão? Diferencio-me, pela positiva, na sua prática? Que resultados ou
eficácia se apresenta? Mesmo com uma perceção enviesada, importa não perder a
noção do mérito e trabalho invisível em cada atividade profissional.
Nem
sempre podemos pagar o valor que nos é solicitado? Infelizmente. Quando a não
valorização é um ciclo vicioso, o valor económico nem sempre acompanha o valor
do serviço ou do produto. Também importa perceber que valorizar nem sempre
corresponde a dinheiro. Valorizar passa também por reconhecer, divulgar,
partilhar, retribuir, aprender.
Neste
computo, se não nos sentimos valorizados, temos possibilidade ou capacidade
para procurar ou lutar por outra situação? Nem sempre, e há que respeitar. Mas
havendo, o que fazemos para nos valorizar? Para valorizar outrem? Exigimos,
reivindicamos, aceitamos, negamos? Há momentos, em que só nós podemos definir
esse valor. Seja financeiro, seja nos limites que delineamos.
Haverá,
nos nossos percursos, alguns destes momentos definitivos. Oxalá, nunca percamos
a consciência do(s) nosso(s) valor(es).
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