Esta é a minha primeira incursão na escrita de Luísa Costa
Gomes e, como o subtítulo nos indica, esta é uma história de aventuras, ao da
literatura do século 18. Relata-nos a vida de Mary, que por questões de sobrevivência
económica, a mãe faz passar pelo seu meio-irmão Mark, falecido ainda em bebé. A
partir dai, vive quase toda a sua vida fazendo-se passar por Mark, num registo atípico
para uma mulher e unicamente possível para um homem, na época. Desde a
participação na guerra à vida de corsário e pirata.
A escrita de Costa Gomes é acessível, quer em termos de estruturas
gramaticais que de vocabulário, e o enredo, sempre em movimento, capta-nos a
atenção. As personagens são planas e nem sempre apelativas. Embora, parece-me,
a intenção seja mesmo a de uma certa simplificação, pois, pelo que percebo, o
texto se destina sobretudo a jovens e, infelizmente, esta é uma das
caracteristcas da literatura infanto-juvenil: tell, don’t show. A meu ver, é um
exercício interessante de reprodução de um estilo de escrita datado. No
entanto, há questões que gostaria de ver exploradas e aprofundadas, como o
papel da mulher, ou as personagens serem mais complexas. Foi uma leitura que
classificaria de entretenimento, ou seja, leve e bem-disposta. Mais não é possível
encontrar neste livro.
Editora:
D. Quixote | Local: Alfragide | Edição/Ano: 3ª, Maio 2012 | Impressão: Publidisa
| Págs.: 216 | ISBN: 978-972-20-3195-0 | DL: 344327/12 | Localização: BLX BEL
82P-31/GOM
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