“Mas não terá, sozinho ou com uma doutrina, encontrado certas ideias, certos ensinamentos, que agora são os teus e que te ajudam a viver?”
(p. 144)
Li
pela primeira vez este livro há mais de 12 anos. Não consigo
precisar exactamente quando, mas tenho um palpite que foi em época de
faculdade. A memória que tinha do mesmo é que todos nós temos um
percurso de vida a fazer, que não é igual ao de mais ninguém, e
que as respostas que encontramos são igualmente únicas e, quiçá,
impartilháveis.
Na
sequência da sessão dinamizada na Biblioteca de São Lázaro
dedicada a este livro, reli-o. Da história, já nada me lembrava, só
mesmo da ideia de um percurso. Da(s) mensagem(ns), a minha percepção mantém-se. Aliás, pergunto-me que mais retirei desta obra, além da
parca memória que dela tinha, e à luz das muitas outras leituras
que tenho realizado? Sendo este um livro tão emblemático e tão
importante para muitas pessoas, sê-lo há também para mim?
Antes
de mais, creio que essa importância tem a ver com as ligações que
conseguimos fazer com outras leituras, outros pensamentos e o momento
em que as mesmas são feitas. Acredito que para quem nunca teve
contacto com filosofias orientais e até com as actuais orientações
de mindfulness (ou outro termo mais adequado) este livro seja uma
revelação. Acredito que o foi na época do seu lançamento e tenha
continuado a ser durante décadas, tanto que ainda hoje faz sentido
para quase todos os que o lêem. Todos somos a dado momento
Siddhartas: debatemo-nos com o que sociedade e a família espera de
nós, procuramos trilhar o nosso caminho, caímos em tentações,
seguimos rumos que não são os nossos, tentamos erguer-nos quando
caímos, raras vezes temos a sabedoria de perceber o que temos à
nossa frente, sentimo-nos presos pelas nossas responsabilidades, ...
Esta
(re)leitura fez sentido para mim, embora não tenha descoberto nela
nenhuma surpresa. Mas creio perceber o poder deste livro: todos, em algum momento da vida, nos conseguimos identificar com esta
personagem. E por isso o livro nos apraz.
Tradução:
Pedro Miguel Dias | Editora: D. Quixote | Edição: 22ª| Local:
Alfragide | Impressão: Multitipo, A.G.| Ano: 2014, abril | Págs.:
155 | Capa: Neuza Dias | ISBN: 978-972-20-5191-0| Localização: BLX
PF ROM ROM-EST HES
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