Siddhartha, Hermann Hesse

Mas não terá, sozinho ou com uma doutrina, encontrado certas ideias, certos ensinamentos, que agora são os teus e que te ajudam a viver?” 

(p. 144)

Li pela primeira vez este livro há mais de 12 anos. Não consigo precisar exactamente quando, mas tenho um palpite que foi em época de faculdade. A memória que tinha do mesmo é que todos nós temos um percurso de vida a fazer, que não é igual ao de mais ninguém, e que as respostas que encontramos são igualmente únicas e, quiçá, impartilháveis.
Na sequência da sessão dinamizada na Biblioteca de São Lázaro dedicada a este livro, reli-o. Da história, já nada me lembrava, só mesmo da ideia de um percurso. Da(s) mensagem(ns), a minha percepção mantém-se. Aliás, pergunto-me que mais retirei desta obra, além da parca memória que dela tinha, e à luz das muitas outras leituras que tenho realizado? Sendo este um livro tão emblemático e tão importante para muitas pessoas, sê-lo há também para mim?
Antes de mais, creio que essa importância tem a ver com as ligações que conseguimos fazer com outras leituras, outros pensamentos e o momento em que as mesmas são feitas. Acredito que para quem nunca teve contacto com filosofias orientais e até com as actuais orientações de mindfulness (ou outro termo mais adequado) este livro seja uma revelação. Acredito que o foi na época do seu lançamento e tenha continuado a ser durante décadas, tanto que ainda hoje faz sentido para quase todos os que o lêem. Todos somos a dado momento Siddhartas: debatemo-nos com o que sociedade e a família espera de nós, procuramos trilhar o nosso caminho, caímos em tentações, seguimos rumos que não são os nossos, tentamos erguer-nos quando caímos, raras vezes temos a sabedoria de perceber o que temos à nossa frente, sentimo-nos presos pelas nossas responsabilidades, ...
Esta (re)leitura fez sentido para mim, embora não tenha descoberto nela nenhuma surpresa. Mas creio perceber o poder deste livro: todos, em algum momento da vida, nos conseguimos identificar com esta personagem. E por isso o livro nos apraz.

Tradução: Pedro Miguel Dias | Editora: D. Quixote | Edição: 22ª| Local: Alfragide | Impressão: Multitipo, A.G.| Ano: 2014, abril | Págs.: 155 | Capa: Neuza Dias | ISBN: 978-972-20-5191-0| Localização: BLX PF ROM ROM-EST HES 

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