O
género fantástico não me atrai. No entanto, no âmbito do ciclo E Se As Histórias Fossem Verdadeiras, levado a cabo na Biblioteca de
S. Lázaro, fiz uma incursão nesta obra deste autor incontornável
do género. Não apreciei a obra. Aliás, toda a minha leitura era
acompanhada do pensamento: este tipo devia deixar as drogas. Pois
todo o enredo parece uma alucinação e não nos consegue transmitir
a ideia e o contexto de uma vivência alternativa munida de coerência
interna. O autor parece juntar uma série de simbologias clássicas e
místicas e misturar tudo num grande caldeirão, do qual depois sai
esta história, que talvez devido à sua brevidade, não consegue
transmitir-me uma ideia de construção, mas apenas de amálgama.
Creio que em certos momentos, a tradução também não será bem
conseguida, contribuindo igualmente para este desconforto de leitura.
A
história acompanha a aventura fantástica do estudante Anselmo, que
se apaixona por uma serpente auriverde, descendente de habitante do
mítico reino de Atlântida.
Pelo
meio, o autor faz a apologia da poesia como forma de revelação
profunda da harmonia sagrada entre todos os seres (p. 108) e de que o
pensamento, e consequente conhecimento, são os únicos elementos
transformadores da humanidade. Mas como estas ideias e conceitos,
apesar de aliciantes, também não são devidamente explorados, fica
aqui também uma sensação de aquém.
Tradução:
Maria Osswald | Editora: Vega | Local: Lisboa | Colecção: Outras
Obras | Ano: 1988 | Impressão: IAG – AG, Lda. | Págs.: 110 |
Capa: Zé Paulo | DL: 21354/88 | Localização: BLX It 82-34 HOF
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