Esta é a pior frase que me podem dizer como apreciação de um
livro. Porquê? Porque toda a literatura versa sobre a con(tra)dição
humana. Aliás, tal como muitas outras disciplinas do saber. Então,
qual a diferença? A diferença está no seu ponto de vista.
Qual o ponto de vista da literatura? O homem, enquanto individuo, em
confronto consigo, com o(s) outro(s), com o que o rodeia. Os seus
sonhos, as suas angústias, as suas dúvidas, as suas ansiedades, as
suas aspirações. O individuo que não se enquadra necessariamente
em nenhuma das gavetas do conhecimento ou se divide por imensas e,
como tal, nenhuma delas pode dar conta da sua diversidade ou
amplitude total.
Então, dentro da óbvia con(tra)dição humana, que transversalidade
é abordada, que questões são reflectidas, a que ansiedades do
futuro se procuram dar respostas. É isso que me intriga e me motiva
na literatura. E fico triste quando não a atinjo e fico triste
quando outros não a atingem.
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