Histórias Indianas, Cristina Drios

p. 43 “Está convencido da justiça da sua tarefa: há-de reinventar as vidas dos que ali se cruzam, dar uma boa índole aos fascinoras, proteger os indefesos, reescrevendo-os, reinventado-os a todos.”

Desafiada a ler o último romance da autora, Adoração, optei por entrar na sua escrita exactamente pelo seu primeiro trabalho editado, este Histórias Indianas.

Como o nome indica, este é um conjunto de histórias passadas naquele pais, que sempre fascinou os ocidentais, seja pela sua riquíssima mitologia ou diversidade religiosa, seja pelas polaridade sociais e aparente exotismo. São histórias, por vezes, dramáticas (O Expresso nocturno Deli-Bombaim), melancólicas (A Janela), de pendor histórico (A Fronteira e O sonho de Brahama), sobre o oficio da escrita (A Encruzilhada), em que a realidade é onírica (Obsessão Música) e também irónica (205).

Apesar da sua pequena dimensão, estão são histórias que se entranham, não só pela crueza de alguns temas, mas também pela maturidade e sobriedade da escrita. As palavras parecem ter a medida certa para nos orientar no processo de visualização das situações e de nos levar a partilhar alguns dos sentimentos dos personagens, fazendo com que estes permaneçam connosco para além da leitura destas parcas páginas. Por mim, sei que Subash, Sangeeta e o escrita ficarão por aqui durante algum tempo.

p. 48 “A sua escrita, afinal, nada muda, nada justifica, nada salva, não passa disso mesmo – letras, palavras, histórias inventadas. ”

Editora: Objectiva | Local: Carnaxide | Colecção: Cadernos do Campo Alegre | Edição/Ano: 1ª (500 ex.) 2012, Dezembro | Impressão: Papelmunde | Págs.: 76 | Capa: Imagem de Cristina Drios | ISBN: 978-989-95086-6-8 | DL: 351783/12 | Localização: BLX DR5072603 (80333968)

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