Nem sempre
sou a primeira a desbravar as páginas de um livro. Antes de
iniciar-me pelo relato contido nos seus caracteres, faço um
reconhecimento das marcas de presença prévias: sublinhados,
anotações, páginas dobradas, lombadas vincadas, marcadores e
lembretes vários.
Por vezes,
fico a saber o conteúdo de refeições, seja pelas facturas de
almoços, seja pelas listas de compras. Fiquei na dúvida que
finalidade teria uma listagem de flores e respectivos nomes latinos
numa caligrafia irrepreensível e em desuso. A minha mente inculta na
matéria, mas perversa em trama maquiavélicas, viu ali um origem de
substância venenosas.
São tão
diversas as marcas de posse de uma história que se segreda sempre
diferente ao olhar de cada leitor. Eu perco me nesta história da
leitura silenciosa e secreta.
Comentários
Enviar um comentário