Com a idade, há processos da minha mente que fui entendendo
e, creio mesmo, que consegui alterar. Alguns. Talvez um ou dois. Bem, o
suficiente para acreditar que, em determinados aspectos, já não reajo nem me
comporto como há 10, 15 anos atrás. Seja pela mera identificação de um padrão
de comportamento e “inversão” da consequente acção. Seja porque realmente as
nossas experiências alteram a nossa percepção da realidade e naturalmente o
nosso comportamento.
Dá-me segurança ter consciência dessa mudança, porque me
permite ter confiança de que ainda conseguirei alterar aspectos da minha
personalidade com os quais não estou satisfeita.
Por outro lado, questiono-me se será benéfico compreendermo-nos
na totalidade. Não implicará esta hiperracionalidade uma sobrecarga do nosso
sistema (afinal, somos complexos computadores quânticos), que colapsará perante
a infinitude de possibilidades de consequências de qualquer acção ou
pensamento?
Sentir torna-se, então, primordial. Sentir liga-nos (a todos,
a tudo). Sentir oferece-nos o aqui e o agora. Sem passado, sem futuro. Sem herança,
sem consequência. Apenas indivíduos a aprender a ser todo.
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