Há na escrita anglo-saxónica uma simplicidade e uma eficácia que me apraz. É uma primazia da história e da mensagem em relação à forma. Por oposição à necessidade francófona ou europeísta de demonstrar uma erudição a toda a prova, que dificulta o trabalho do leitor, fazendo com que quem seja capaz de descortinar a mensagem se sinta um escolhido.
É verdade que há diversos níveis de compreensão leitora. Tal como há diferentes necessidades de escape através da leitura. Fazendo de cada leitor um desafio diferente. Como tal, a escrita não pode encarar o leitor como ignorante, mas também não deve impor-lhe uma prova que este necessita ultrapassar constantemente.
Há um equilíbrio entre simplicidade e profundidade (sim, sei bem que não são antónimos) possível de atingir. É nesse eixo que desejo situar o modo como escrevo e é nesse sentido que diariamente exercito o meu funambulismo literário.

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