Há
minha 5ª incursão na escrita de Zimler, finalmente dedico-me ao
seu primeiro trabalho. Algum dia haveria de ser o dia! Apesar de não
ter sido o trabalho que li com mais entusiasmo, é de louvar que a
primeira obra, se já de que autor for, tenha o fulgor e a maturidade
este livro apresenta. Gostei de tudo? Não. É um bom livro? Sim.
Na
Páscoa de 1506, a comunidade judaica de Lisboa, foragida na sua
maioria da inquisição espanhola, é atacada e morta em grandes
fogueiras no largo do Rossio. Paralelamente a esse ataque verídico,
acompanhamos a busca de Berequias Zarco, um estudante cabalista, na
tentativa de descobrir quem assassinou o seu tio Abraão, o último
cabalista de Lisboa. Deste modo, temos uma narrativa de base
detectivesca ficcional com um pano de fundo histórico verídico, que
o autor consegue recriar com autenticidade. O que para mim é
inverosímil é a insistência do protagonista em descobrir o
assassino do tio e a completa indiferença perante o desaparecimento
do irmão mais novo, ainda criança. Seria um conceito de família
diferente do actual. Possivelmente. Uma vez que até as poucas
mulheres da trama apresentam uma maior autonomia do que esperava.
Para
quem se interessa pela cultura judaica, este livro está imerso em
detalhes e informações, que, a meu ver, até se tornam excessivas
e, do ponto de vista da trama e da sua cadencia, saturantes. Do ponto
de vista de uma diferente perspectiva da cidade de lisboa a narrativa
leva-nos a olhar para vários locais e a percebe-los de uma nova
forma.
É
sempre um livro cuja leitura se recomenda, embora este não me tenha
conquistado em particular.
Tradução:
José Lima | Editora: D. Quixote | Local: Alfragide | Edição/Ano:
18ª, Maio 2011 | Impressão: Mirandela AG | Págs.: 383 | Capa: Luís
Alvoeiro | ISBN: 978-972-20-4639-8 | DL: 326283/11 | Localização:
BLX DMF 82-31 ZIM (80309448)
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