Um dos meus sonhos de adolescência era trabalhar, mesmo que
temporariamente, no estrangeiro. O mais perto que estive disso foi no início
do meu percurso profissional, quando me desloquei para assistir a apresentações
de produtos, marcas e eventos na área gráfica. Foi uma oportunidade de conhecer
aeroportos e alguns locais peculiares.
Trabalhar no estrangeiro acabou por não se revelar uma hipótese
e a disponibilidade financeira para (grandes) viagens também não se
proporcionou. O escotismo revelou-se a oportunidade de conhecer alguns pontos
do país através de situações caricatas.
Hoje, a viagem parece muito distante da minha realidade. No entanto,
sinto falta de algo. Sobretudo de um escape à rotina (ainda que voluntária) do
meu quotidiano.
Sair do meu espaço, da minha rotina, quem sabe conhecer algo
novo, poderá ser o distanciamento necessário à transformação ou à tomada de
decisões, que se me apresentam complexas. É possível que esse seja o
empreendimento que me falte: sair de mim para a mim voltar.
Há que sair da nossa zona de conforto. O que nem sempre é fácil. Quando não conseguimos, e o medo e a preguiça nos tolhe a vontade, ficamos imóveis à espera que algo aconteça. O tempo passa e mais uma vez lá vem a nossa razão justificar o que coração não aceita: agora é tarde de mais, não há tempo, se fosse mais novo quem sabe... E a nossa vidinha prossegue ordenada e certinha pelo carreirinho que não chegou a ser caminho. Navegar é preciso!
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