Opiniões, sentimentos, impressões e vaginas

Sinto-me frequentemente dividida entre sentimentos, impressões e opiniões contraditórios e, até, aleatórios. A meu ver, a emissão de uma opinião pressupõe um conhecimento mínimo que permita produzir um juízo fundamentado sobre determinado assunto. Qual o nível mínimo de conhecimento, não sei ao certo aferir e sei que poderá não ser um mínimo reconhecido ou exigidos pelos demais. Por isso, costumo iniciar qualquer manifestação com “a minha percepção”. Ou seja, a manifestar a impressão que me causam certas situações mas que tenho a consciência de que poderá ser parcial e/ou incompleta. É um estado intermédio entre a opinião e o sentimento. Todos somos capazes de ser tocados por situações, mesmo não sabendo a sua génese, nem ter a mínima noção do que poderia ser uma solução ou uma contribuição para tal. Essas situações fazem-nos sentir maioritariamente tristeza, impotência e injustiça.
E as vaginas? Perguntam vocês. No final da década de ’90, Herman José popularizou diversas personagens e alguns dos seus chavões entraram na nossa gíria. Um desses personagens era Rute Remédios, conhecida sexóloga e mãe do inenarrável Diácono Remédios. Uma das frases históricas da dra. Rute era “As opiniões são como as vaginas. Cada um tem a sua e quem quiser dá-la, dá-lá!
E o meu ponto é este: sim, tenho opiniões, impressões e sentimentos. Sim, demasiadas vezes são aleatórios ou, sobretudo, contraditórios. E, apesar da minha liberdade para os manifestar, prefiro não o fazer. Ou prefiro não o fazer na hasta pública. Prefiro pronunciá-los nos locais e às pessoas que considero relevantes ou adequadas. Evito incorrer no diz que diz e no bate boca que não leva a nada e que pulula nas nossas redes sociais. À parte este texto, ainda considero que o silêncio é o melhor remédio.
Voltando às vaginas. A minha é minha. Mostro-a quando, onde e a quem eu quiser. E mesmo que haja alguma curiosidade, ninguém tem nada a ver com isso, pois não? É a minha opinião!

Fontana

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