Quem nunca o fez que atire a primeira
pedra. Mas a verdade é que muitos dos utilizadores da(s) nossa(s) biblioteca(s)
ganham alcunhas que, para além de qualquer eventual comicidade, encerram em si
realidades cuja profundidade e complexidade desconhecemos. São diversas
situações de exclusão perante as quais nos sentimos impotentes e sem
ferramentas para ajudar em tempo real. E, mesmo quando pedimos colaboração a
serviços teoricamente mais aptos, a sua resposta é lenta ou até inexistente.
Que percurso de vida levou o Viking, a
Girafa, o Barretes, o Elfo, o Gadelhas e o Tosses a encontrarem na rua ou em
casas abrigo o leito das suas noites? E se o turismo trouxe mais vida à cidade,
também trouxe mais línguas aos seus sem-abrigo. E A Nossa Amiga que recorre
quase diariamente à WC da biblioteca para a sua higiene. Que frustrações e
injustiças terão levado à paranóia e mania da perseguição da Sra. das Autarquias,
do Bolinhas e da Sra. do Anti-Virús? Como podemos ajudar as diversas mães
coragem que se tentam manter à tona sem trabalho e com filhos a cargo e cujos
país há muito abandonaram o barco? Estes são apenas algumas pessoas que
diariamente nos escolhem para aligeirar os seus dias.
Não somos insensíveis às suas debilidades,
mas, na maioria das vezes, não temos as respostas necessárias para as ajudar a
colmatar. Claro que as procuramos, mas também sentimos a indiferença ou falta
de prioridade dos serviços competentes. Uma das possibilidades seria as
bibliotecas fazerem parte das redes sociais das juntas de freguesia da sua área
de actuação. Algumas farão e isso pode ser uma ajuda no sentido de perceber as
respostas disponíveis e os agentes de ligação, ou seja, os técnicos no terreno.
E a vossa biblioteca, que respostas encontrou para algumas destas situações?
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