A Lagosta (2015)

Durante os meus zappings noturnos, por vezes, dou com estranhos fenómenos fílmicos. O mais recente foi este A Lagosta.
De acordo com a sinopse, num futuro indefinidos, qualquer adulto que esteja ou fique solteiro é encaminhado para um hotel, onde, no prazo de 45 dias, deve encontrar um par, sob o risco de ser transformado num animal à sua escolha. Caso encontre, deve ainda permanecer 15 num quarto de casal e outros 15 isolados num iate, períodos que servem para consolidar a relação, antes de regressarem à cidade, e durante os quais, caso surjam atritos, lhes é atribuída uma criança para ajudar a solucionar os problemas.
Esta distopia sobre as relações a dois vale é um modo irónico de olhar para estas na sua actualidade. Ou seja, o “exagero” com que algumas situações nos são apresentadas não esconde que, no fundo, ninguém sabe conviver com os seus (e demais) sentimentos, nem sabe sequer que sentimentos nutre. E esta situação é mais usual que muitas vezes vemos ou queremos ver. O filme esmiuça ou levanta questões como: o que esperamos de uma relação? O que é o amor? Qual o papel dos interesses/gostos comuns na construção de uma relação? O que estamos dispostos a sacrificar por alguém? Qual o nosso lugar social quando não incluído num relacionamento padrão? Há lugares marginais? Quais as suas regras? Qual o papel (do medo) da solidão na constituição de relacionamento? Há lugar há mudança? Há lugar para o sentimento a dois?

Título Original: The Lobster * Realização:  Yorgos Lanthimos * Argumanto:  Yorgos LanthimosEfthymis Filippou * Elenco: Colin FarrellRachel WeiszJessica Barden

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