Durante
os meus zappings noturnos, por vezes, dou com estranhos fenómenos fílmicos. O
mais recente foi este A Lagosta.
De
acordo com a sinopse, num futuro indefinidos, qualquer adulto que esteja ou
fique solteiro é encaminhado para um hotel, onde, no prazo de 45 dias, deve
encontrar um par, sob o risco de ser transformado num animal à sua escolha.
Caso encontre, deve ainda permanecer 15 num quarto de casal e outros 15
isolados num iate, períodos que servem para consolidar a relação, antes de
regressarem à cidade, e durante os quais, caso surjam atritos, lhes é atribuída
uma criança para ajudar a solucionar os problemas.
Esta
distopia sobre as relações a dois vale é um modo irónico de olhar para estas na
sua actualidade. Ou seja, o “exagero” com que algumas situações nos são
apresentadas não esconde que, no fundo, ninguém sabe conviver com os seus (e
demais) sentimentos, nem sabe sequer que sentimentos nutre. E esta situação é
mais usual que muitas vezes vemos ou queremos ver. O filme esmiuça ou levanta
questões como: o que esperamos de uma relação? O que é o amor? Qual o papel dos
interesses/gostos comuns na construção de uma relação? O que estamos dispostos
a sacrificar por alguém? Qual o nosso lugar social quando não incluído num
relacionamento padrão? Há lugares marginais? Quais as suas regras? Qual o papel
(do medo) da solidão na constituição de relacionamento? Há lugar há mudança? Há
lugar para o sentimento a dois?
Título
Original: The Lobster * Realização: Yorgos Lanthimos *
Argumanto: Yorgos
Lanthimos, Efthymis
Filippou * Elenco: Colin Farrell, Rachel Weisz, Jessica Barden
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