No passado fim-de-semana, assisti a diversos dos
encontros promovidos pela Câmara Municipal da Amadora, no âmbito do Amadora em
Festa, e, em especial, da sua Festa do Livro. Estes decorreram na Biblioteca
Piteira dos Santos, desde há uns meses o meu local de “trabalho” de eleição
para as minhas folgas quinzenais de 2ª-feira, e numa tenda, colocada no
exterior, sobretudo para as actividades fora de horas, o que na 6ª-feira se
revelou como um desafio climatérico. Mas vamos ao que interessa (pelo menos
para mim), as minhas impressões sobre os encontros:
·
As
bibliotecas hoje. Só apanhei a parte final e valeu pela
última participação do público: uma técnica da biblioteca que deu o seu
testemunho de como a sua experiência profissional transformou a sua relação com
o livro que passa pelo desapego pessoal pelo objecto e da necessidade de o
dessacralizar perante o público, não sendo possível fazer qualquer promoção do
livro e da leitura sem esse entendimento. São opiniões que partilho piamente. Quanto
ao restante debate, a minha questão é: porque é todos gostam de debater o tema
da bibliotecas mas nunca há um técnico das mesmas no painel de debate para
poder também transmitir ambições, dúvidas e constrangimentos no seu serviço público.
·
Literatura,
Artes e Suburbanidade. O debate pareceu-me destruturado, embora
tenha gostado muito de ouvir os intervenientes, porque deu a impressão que
havia uma confusão de conceitos. Acredito que não tenha havido uma preparação
prévia no sentido de acordar alguns temas ou orientações a explorar. No entanto,
deu-me alguns tópicos de reflexão posterior.
·
Poesia
e Música com Tiago Gomes e FLAK. Foi um registo
interessante, ao qual não estou habituada, mas a que tenho de prestar mais
atenção.
·
Crónicas
do Riso ou talvez do choro. Dada a afluência, e o meu atraso,
fiquei fora da tenda e não me foi possível ouvir nas melhores condições. Para
mim, e do pouco a que assisti, Ana Sousa Dias fez a melhor mediação do evento.
RAP é sempre um exemplo de como o humor é inteligente e Rui Cardoso Martins,
cujo o trabalho ainda não conheci (shame on me), deixou-me ainda mais curiosa conhecer.
·
Jantar
Literário. Foi interessante jantar no espaço da biblioteca e
passei o tempo todo a pensar que só faltava alguém inadvertidamente, encontrar
um corpo na biblioteca… O jantar em si, confeccionado pela equipa dos
refeitórios da Câmara, estava óptimo. Os meus parabéns. Quanto aos
dinamizadores, André Gago pontuou o jantar com a declamação de poemas sobre
alimentação, gastronomia e convivo à mesa. Já Carlos Vaz Marques não fez mais
do que abrir e encerrar as hostes. Valeu a companhia amadorense.
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