A participação
e a dinamização de uma comunidade de leitores é um incentivo contínuo à minha aprendizagem.
Não só conheço novos autores e temas, como reaprendo conceitos já esquecidos. Procurar
informações e tecer novas ligações é uma fonte de adrenalina e só tenho a
agradecer por as comunidades serem estes catalisadores.
Na última
sessão, dedicada a Machado de Assis, veio-me à mente uma memória ténue de que
Umberto Eco, ao escrever O Nome da Rosa, procurou demonstrar a sua tese de que
uma obra de arte deve conseguir corresponder às necessidade e expectativas de
três tipos de público. Mas já não conseguia precisar a sua terminologia e fui
pesquisar. Ao faze-lo, recordei que esses três tipos de público, na verdade,
correspondiam aos conceitos de baixa, média e alta cultura. Ou seja, Eco
defendia que o valor da obra é tão grande quanto a sua capacidade de dialogar
com os públicos em diferentes níveis, desde a simples narrativa, passando pelas
nuances, referências culturais e estruturas. E o que tem isto a ver com Machado
de Assis? O acolhimento desta obra por diversas gerações e abrangências geográfica
é uma prova da sua capacidade de dialogar com os públicos de baixa, média e
alta cultura.
Já para
a próxima sessão, dia 25 de outubro, foi com grata surpresa que li O dia cinzento
e outros contos, de Mário Dionísio. Consequentemente, descobri um pouco sobre a
sua poesia e a sua pintura. E, claro, agora estou curiosa para descobrir mais.
Estes
são apenas dois exemplos de como uma comunidade de leitores expande os nossos
horizontes, não só literários, mas de percepção do mundo e de como podemos agir
nele.
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