Está
neste momento a decorrer, na Biblioteca da Penha de França, o 5º ciclo do
Projecto Português para estrangeiros. E, como já vem sendo hábito, continuo a
ser surpreendida pelos participantes, seja pela sua origem, seja pelas suas
histórias de vida, que, por vezes, me fazem sentir pequenina… e com tanto a
aprender sobre a humanidade e sobre resiliência.
Este
ciclo inclui 8 nacionalidades, a saber: francesa, ucraniana, egípcia de origem nubiana, ruandesa,
italiana, chinesa, nepalesa e senegalesa. Os participantes são maioritariamente
mulheres, sendo três repetentes, que em edições anteriores não puderam assistir
a todas as sessões.
Em termos
de formação, a maioria tem formação superior, sendo que duas são na área da
saúde (farmácia e enfermagem), que, enquanto não dominarem a língua, não conseguirão
trabalho na sua área.
No que
diz respeito a participantes financeiramente mais desfavorecidos, é relevante constatar
que as diversas instituições de cariz social locais nos reencaminham diversos
utentes e que é junto destes que detectamos as situações que poem à prova o
nosso lado mais humano. Deparamos com casos de solidão e quase exclusão social
por falta de domínio da língua, mas também casos de problemas familiares que
estão na origem de situações depressivas sobre as quais mais não podemos fazer
do que sinalizar junto dessas mesmas instituições.
Contribuir
para a melhoria da auto-estima destas pessoas e perceber que elas encaram este
espaço como um local de segurança para poderem experimentar sem qualquer exigência
ou repressão sobre eventuais falhas e erros, é, para mim e para os meus
colegas, uma validação do nosso esforço e empenho.
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