Que livros aconselhas para abordar
numa (nova) comunidade de leitores? Como é que escolhes as leituras a realizar?
São questões enormes e não há uma fórmula certa. Depende do nosso património
de leituras, da nossa percepção do grupo, de objectivos estabelecidos entre
todos. São tantas as condicionantes ou, melhor, os desafios. Mas foi exatamente
sob este desafio de definir sugestões concretas, que decidi criar algumas
listas de sugestões temáticas com 5 livros para ajudar a quem queira dar o
primeiro passo na organização de comunidades ou simplesmente esteja à procura
de algumas ideias de livros a explorar. As sugestões efectuadas partem de
leituras que já realizei e são seguidas de um pequenos resumo e/ou o porque da
minha sugestão, bem como uma ligação para textos que já escrevi sobre os
mesmos. Como não poderia deixar de ser, o primeiro tema é sobre o impacto da leitura:
A base da narrativa é
aparente impossível história de amor entre o jovem Michael Berg, de 16 anos, e
a misteriosa Hannah Schmitz, uma mulher mais velha. Fala-nos sobre o modo como
a leitura, e a informação e conhecimento que lhes são inerentes, é capaz de
transformar alguém e como essa consciência pode influenciar quem não tenha essa
capacidade e conhecimento.Esta obra questiona a nossa capacidade e legitimidade
para julgar o outro sem sabermos se este era livre nas suas acções. Ou seja,
se conseguia perceber que havia outras escolhas possíveis. Bem como a ter um
olhar mais compreensivo sobre as eventuais origens dos comportamentos de quem
nos rodeia.
Farenheit
451, Ray bradbury
“O romance apresenta um futuro onde todos os livros são
proibidos, opiniões próprias são consideradas antissociais e hedonistas, e o
pensamento crítico é suprimido. O personagem central, Guy Montag, trabalha como
"bombeiro" (o que na história significa "queimador de
livro"). O número 451 é a temperatura (em graus Fahrenheit) da queima do papel, equivalente a
233 graus Celsius. Através dos anos, o romance foi submetido a várias
interpretações primeiramente focadas na queima de livros pela supressão de
ideias dissidentes. Bradbury, porém, declarou que Fahrenheit 451 não trata de censura, mas de como a
televisão destrói o interesse pela leitura.” (in Wikipedia.org)
Esta Biblioteca é composta
por um conjunto de 6 contos surreais que têm como pedra de toque a
paixão/obsessão não só pelo livro, enquanto objecto, mas também pelo conceito
de literatura. O que seria poder aceder, ainda que efemeramente, a todos os
livros ainda por escrever? e aos já escritos? e se todas as histórias de
apresentassem num único volume? estaria a nossa vida lá inscrita? Qual o seu
impacto nas nossas vidas? Redenção ou castigo? Alimento ou punição da alma?
A
rapariga que roubava livros, Markus Zuzak
“Quando a morte nos conta uma história temos
todo o interesse em escutá-la. Assumindo o papel de narrador em A Rapariga Que Roubava Livros, vamos ao seu
encontro na Alemanha, por ocasião da segunda guerra mundial, onde ela tem uma
função muito activa na recolha de almas vítimas do conflito. E é por esta
altura que se cruza pela segunda vez com Liesel, uma menina de nove anos de
idade, entregue para adopção, que já tinha passado pelos olhos da morte no
funeral do seu pequeno irmão. Foi aí que Liesel roubou o seu primeiro livro, o
primeiro de muitos pelos quais se apaixonará e que a ajudarão a superar as
dificuldades da vida, dando um sentido à sua existência.” (in www.wook.pt)
É uma ode ao poder transformador da leitura e o
impacto que esta pode ter não só na vida do individuo, no seu contexto
familiar, social e até político, com consequências internacionais. É através de
uma personagem incomum, nada mais que a rainha Isabel II de Inglaterra que
vamos perceber este percurso.
Comentários
Enviar um comentário