Clube dos poetas vivos #10: Do rissol e do croquete


os croquetes – que seriam gourmet – mas que afinal não chegam aos calcanhares dos de qualquer tasca que a asae já não deixa ser rasca
ora o segredo do croquete e do rissol não é o apuro dos ingredientes nem grandes filosofias filosófico-inovadoras
é a mão certa. a batida segura da massa, o saber de um tempero que feito de lágrimas e sem restrições alimentares
o rissol e o croquete são amor de uma mãe preocupada em dar de comer à família, o carinho de uma tia que não deixa de ser a continuação da mãe
o lugar do rissol é a simplicidade do amor, da força e dos sonhos que não têm lugar ao bico do figão ou na bancada em que se tende a massa e as voltas de uma vida que nos frita os dias e apura as amarguras
ò mãe, soube tarde demais que não mais farias os rissóis do nosso contentamento.

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