olho para baixo
e um buraco
começa a sorrir-me
a partir da
ponta do ténis esquerdo
hummm…
na verdade, há
muito que o espero.
admira-me até o
quão tardou.
no fim de
semana, espera-me o sapateiro
para um remendo
que faça perdurar
mais uns meses
de quotidiano andar.
é certo que
corto as unhas rentes
tão rentinhas
que anual ida à pedicura
resulta na mesma
observação:
mas quer que
arranje o quê?
ora, os pés, com
certeza!
ou seja, tudo o
que permeia a unha e o tornozelo.
mas o mal é do
meu andar
sempre de dedo
em riste
com cautelas em
pisar o chão que me surge
um alarme a
acionar a minha passagem
ligado a nenhuma
central
só os buracos nas meias e sapatos
assinalam a minha esquiva passagem nos dias…
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Denis Cherim |
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