Se tudo correr
bem, ao percorrermos um livro obteremos uma série de estímulos que colocará o
nosso cérebro perante uma multiplicidade de ideias e pensamentos, mais ou menos
articulados, completos ou coerentes. Idealmente,
o livro é um ponto de partida para uma espécie de fogo de artifício criativo,
que necessita do seu tempo para assentar e integrar-se em nós. Este
assentamento, para mim, dá-se maioritariamente através da escrita e, regra
geral, necessito de uns dias para verter para o papel algumas das minhas
percepções, entendimentos e conclusões sobre aquilo que leio. No entanto,
transcrito no papel acabam por ficar apenas uma ou duas ideias mais gerais,
ficando muitas outras apontadas em tópicos em que, na verdade, tarde ou nunca
pegarei.
Por vezes
lamento que assim seja, mas é assim mesmo que processamos a informação que nos
chega: selecionamos o mais relevante ou, por vezes, o mais exequível dentro das
nossas circunstâncias do momento, e deixamos num idealizado stand by tantas
outras ideias para explorar. Este torna-se um utópico mais tarde que teimamos
em não materializar e em que optamos por deixar em aberto possíveis futuros
alternativos.
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