Este
pequeno volume reúne uma dezena de reflexões do autor sobre a
relação que estabelecemos com os livros e o modo como nos
apropriamos dos mesmos e do seu conteúdo. Segundo nota do editor,
estes textos “abrangem um arco de tempo de 1907 a 1945 ”,
o que poderia significar para nós, leitores quase um século depois,
reflexões desajustadas com o nosso tempo. Mas tal não se verifica.
Pois, na sua essencial, a nossa relação com o livro mantém se e
suscita sentimentos e dúvidas semelhantes. A maior diferença
temporal será a ausência a qualquer referência à internet e ao seu
potencial de afastamento entre livro e leitor, no entanto, o autor
observa esse mesmo fenómeno em relação aos meios de comunicação
da época e faz ponderações sobre as diversas tipologias de
leitores e os diversos tipos de leitura.
Para
quem se dedica às questões do livro, esta é leitura agradável e
que vale muito pela capacidade de auto-análise e de humor, mas cuja
utilidade vai depender mais do nível de reflexão que já tenhamos
(ou não) sobre o assunto. Para mim, foi interessante sobretudo a
reflexão que o autor faz sobre profissão e vocação, os níveis de
leitura, a vantagem de ler em voz alta e a posse dos livros. Não que
partilhe necessariamente a mesma visão e postura, mas compreendo as.
Tradução:
Virgílio Tenreiro Viseu | Revisão: Maria Aida Moura | Editora:
Cavalo de Ferro | Colecção: Ensaio | Edição/Ano: 1ª, Nov 2010 |
Impressão: Grafiche del Liri | Págs.: 127 | Capa: Razzmatazz Design
| ISBN: 978-989-623-138-5 | DL: 318282/10 | Localização: BLX
PG 82-94/HESS (80285425)
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