* Uma adaptação
a partir de Viver do Amor, de Chico Buarque
Pra se viver dos
livros
Há que esquecer a
literatura
Há que se amar
Sem amar
Sem prazer
E com
despertador
- como um
funcionário
Há que penar na
literatura
Pra se ganhar nos
livros
Há que apanhar
E sangrar
E suar
Como um
trabalhador
Ai, o livro
Jamais foi um
sonho
A literatura, eu
bem sei
Já provei
E é um veneno
medonho
É por isso que
se há de entender
Que a literatura
não é um ócio
E compreender
Que os livros
não são um vício
A literatura é sacrifício
Os livros são
sacerdócio
Amar
É iluminar a dor
- como um
missionário
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