Como comunicar ou divulgar livros?


Na internet, pululam dezenas de sites com dicas (que oscilam entre o óbvio, mas por vezes esquecido, e o interessante) sobre como divulgar livros e que se destinam, sobretudo, a novos escritores e/ou editores emergentes. Não esqueçamos que as editoras estabilizadas ou de determinada presença no mercado têm já as suas estruturas montadas e cuja eficácia poderá até assentar na não divulgação das suas estratégias. Embora, não difiram assim tanto em termos de acções, mas sim em termos de dimensão das mesmas.
Mas, no que diz respeito às bibliotecas, como podemos divulgar a(s) colecção(ões) existente(s)?
·         Fisicamente: através de destaques de coleção, mostras, disposição, apresentação de sugestões, entre outros. Aqui a lógica que impera é: se longe da vista, longe do coração, então vamos dar visibilidade, mostrar que os livros existem.
·         Actividades: como trabalho sobretudo para o público adulto, a aposta é sobretudo na dinamização de Comunidades de Leitores, encontros com o escritor, apresentações, palestras e oficinas de escrita (criativa ou não). São tudo actividades nas quais o ponto de partida é o livro, mas a cada uma corresponde uma diferente abordagem. Pessoalmente, confesso que tudo o que é demasiado académico e não transmita um certo prazer e ou enriquecimento pessoal não me atrai e assumo, normalmente acompanhada por algumas críticas, que sou o meu primeiro público e a minha primeira medida de avaliação.  
·         Aconselhamento: este faz-se através do atendimento, da capacidade de diálogo que estabelecemos e consequente resposta a dúvidas e solicitações. É o modo mais desafiante, porque, em última instancia, somos nós e a nossa capacidade de fazer a mediação entre a obra e o putativo que está em jogo e em constante avaliação.
Então e o escrever sobre livros? Normalmente, na divulgação da coleção de uma biblioteca não há um espaço em que se escreva sobre livros. Se existe, normalmente é reservado a convidados externos, normalmente, pessoas avalizadas para o fazerem. Mas não exactamente os seus técnicos.
Também não há uma fórmula certa, porque, normalmente, quem se interessa procura e a blogosfera oferece muitas referências de qualidade. Estas são geralmente mais pautadas pela experiência de leitura do que por qualquer análise mais académica ou mais formal. E é exactamente essa vertente que me apela mais a encetar uma leitura do qualquer formalismo de análise. Que pode ser um complemento, mas não um âmago do texto. Isto significa uma maior exposição, que poderá até ser indesejada, de quem lê e consequentemente escreve.
Quando aqui deixo alguma impressão sobre as minhas leituras, faço uma reflecção sobre o que ganhei com esta leitura, como é que ela se encaixou no meu percurso de leituras e na minha experiência de vida, o que retirei, que nova perspectiva adquiri. Sendo esta vertente que me cativa, penso que é por aqui que se pode fazer a diferença. Se é desta forma que ficamos mais ou menos receptivos, é também desta forma que podemos ser mais apelativos. E não é à toa que esta abordagem (em reportagens, programs de tv, artigos de jornais e outros) é consequentemente bastante procurada.

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