Balanço de manuscritos digitais


A dinamização de sessões de escrita criativa tem sido um grande empurrão para escrever mais. Por uma questão de honestidade e transparência, sinto que não posso pedir a alguém que execute os exercícios que solicito, sem os experimentar primeiro ou mesmo experimentar uma série de estratégias que vou “roubando” aos autores que leio. Nesse sentido, tenho escrito bastante. No entanto, embora escreva, não quer dizer que seja a pessoa mais organizada e produtiva. Tenho muitas ideias e – como qualquer nativo de gémeos que se preze – uma grande dispersão no que diz respeito à sua continuidade. Ou seja, o que não tenho é trabalhos concluídos. Oh, valha-nos nossa srª da procrastinação. Mas, acreditem, esse é o meu grande foco actualmente: perseverar, perseverar e concluir.
Assim, hoje deu-me para fazer um balanço das minhas escritas, que partilho convosco. Tenho diversos textos reunidos e/ou divididos por meia dúzia de ficheiros com os seus títulos de trabalho. São eles:
·         O Acertar dos ponteiros e outros textos: é o ficheiro base onde vou compilando impressões, ambiências, sugestões, ideias, conceitos, nomes de personagens, etc. É a partir destes que depois selecciono e desenvolvo textos específicos que direciono para outros ficheiros.
·         As andorinhas: é um texto muito pessoal e talvez por isso é o único cujo ficheiro é apenas um índice e tudo o resto se encontra dividido entre 2 cadernos manuscritos iniciados e jamais acabados.
·         Exercício de improviso: é uma ideia para teatro. Começou com um diálogo e percebi que o melhor registo para esse diálogo era exactamente a forma teatral. Tenho um conceito e uma ideia de meio e de fim. Só me falta (re)aprender a linguagem teatral e escrever muito, muito mais. Logo, está em stand by.
·         A (des)contrução: é a minha primeira intenção concreta de longo fôlego. Tenho o conceito, os temas que quero abordar, a planificação, a maioria das personagens. Estou na fase psicologicamente complexa de deitar os rascunhos existentes “fora” e começar tudo de novo.
·         OHEA: começou com uma ideia de personagem. A determinada altura, as personagens que gravitam em seu redor começaram a assumir a primazia. Entretanto, tenho um conceito para as enquadrar que me está a suscitar a curiosidade e a imaginação. Será o meu foco nos próximos tempos.
·         SLXS: quando cheguei a um impasse no desenvolvimento d’a (des)construção senti necessidade de ocupar a mente com outro projecto. A partir de apontamentos com alguns pontos de contacto, encontrei um conceito orientador, para o qual já tenho uma espinha dorsal. Agora necessito de alguma dose de pesquisa e preencher, preencher, preencher a espinha dorsal.
Para quando uma conclusão para estes desafios? Não sei. Vou-me impondo prazos que em 95% das vezes não concluo. Mas, ainda assim, vou avançando. Talvez não chegue ao destino final, mas definitivamente sai da estação de partida. Talvez esta partilha seja um novo incentivo à contínua progressão.

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