As
linhas que não escrevo ficam perdidas nos filmes que me roubam as
horas noturnas, nas 1001 temporadas televisivas que se repetem e
parafraseiam. Perdem-se também nas linhas dos livros com que me
empanturro na falsa convicção de alimentar o inconsciente, quando
conscientemente sei que adio a constatação: por muito que tenha a
dizer, nada há que valha a pena ser escrito.
Não
há uma marca a deixar, uma descoberta que mereça ser partilhada, um
côncavo a deixar na memória. Vou-me, então, perdendo no éter, no
esquecimento e nada deixo traçado nas linhas do mundo.
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