Não sei bem precisar o que me chamou a atenção
neste livro. Andava à procura de contos para poder sugerir na minha
recente sessão de Escrita criativa e o misto de capa, género e
autor de nacionalidade desconhecida fizeram o clique.
Sete anos bons são pequenas histórias do
quotidiano do autor que acompanham os primeiros sete anos de vida do
seu filho. Oscilando entre a crónica e o conto, estas leêm-se com
prazer e rapidez, devido à dimensão - como o próprio autor indica
“as proporções das minhas histórias: tão minimalista e pequena
quanto possível” - e ao humor com que nos apresenta situações
nem sempre ligeiras. De nacionalista israelita e religião judaica, o
autor dá-nos impressões sobre um país em conflito e o modo como o
mesmo é integrado no quotidiano, que continua o seu fluir
independentemente dos seus intervenientes. Não nos fala a partir de
uma perspetiva maniqueísta de bons, maus, culpados ou vítimas, mas
da perspetiva de quem na sua sobrevivência diária tem de lutar e,
sobretudo, lidar, com as contingências e consequências de um
conflito armado, mas que, no fundo, apenas quer viver o melhor
possível junto dos seus. Dai que o humor seja a grande arma do
autor, seja para relativizar o peso da realidade e para amenizar
outras dores, como a perda, seja para evidenciar algumas
características desta nossa comezinha contradição humana.
Título
Original: The
seven good years
| Tradução: Lúcia
Liba Mucznik (a partir do inglês)
| Editora: Sextante
Editora
| Local: LX | Edição/Ano: 1ª, out
2016
|
Impressão: Bloco
Gráfico Lda.
| Págs.: 181
| Capa: Manuel
Pessoa
| ISBN: 978-989-676-177-6
| DL: 413218/16
| Localização: BLX Galv 82-34/Ker
(80393213)
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