Portugal ainda é um país seguro?

No âmbito do Português para Estrangeiros, há sempre um momento em que questiono os participantes sobre o que mais gostam em Portugal e quais as suas perspectivas de permanência no nosso país. Uma resposta recorrente – e transversal às duas questões - é a sensação de segurança de que desfrutam. Ora, pela primeira vez, senti uma inversão neste sentimento.
Este sentimento tem diversas géneses e subtilezas. Não é a insegurança sentida nas ruas, mas sim a que deriva da elevada especulação imobiliária. Esta origina grande rotatividade nos alugueres de casas e/ou quartos, cuja “promiscuidade” e falta de qualquer controlo sobre as chaves origina diversas situações de roubos e consequentes receios de que estes extrapolem para a violência física e até sexual, especialmente no caso feminino. Nunca tinha sentido este receio e nunca este tinha sido o factor de ponderação para o regresso a casa ou para escolher outro país para se estabelecerem.
É claro que este sentimento não é generalizado, mas é crescente. Quem tem mais possibilidades financeiras, ainda que considere os preços exorbitantes, não sente esta inseguranças. Mas quem se vê na contingência de partilhar casa e/ou quartos não se sente nada seguro e preferem até dormir em colchões em casa de amigos do que meter-se em qualquer lugar dúbio.
Tristemente, esta é uma situação que tende a progredir e caso não se desenvolva ou legislação ou outras medidas que a mitiguem ou assistiremos a um novo êxodo de pessoas que trabalham, pagam os seus impostos e até tinham como perspectiva criar aqui as suas raízes. Soa familiar? Demasiado.

seguranca em portugal
https://www.eurodicas.com.br/

Comentários