O fim de onde partimos, Megan Hunter


O título enigmático despertou-me a atenção. Desfolhei algumas páginas e o estilo telegramático intrigou-me. Li a sinopse na conta capa e o tema conquistou-me. Este é um relato de amor em tempos de sobrevivência.
Num futuro próximo, as alterações climatéricas darão origem a uma subida abrupta do nível das águas do mar. Nessa circunstância, a vida como a conhecemos altera-se drasticamente e tornamo-nos refugiados climatéricos. Todas as referências físicas desaparecem literalmente e as emocionais e de valores suspendem-se em virtude do instinto de sobrevivência e dos novos medos que agora povoam a vida das pessoas. Mas para um já não tão jovem casal há uma outra razão para dar sentidos aos dias: o pequeno Z. E é pelos olhos do pequeno Z -ou melhor pelo olhar da mãe do pequeno Z – enquanto este descobre o mundo em seu redor que vamos conhecendo também este não tão admirável mundo novo que rodeia esta velha e nova humanidade.
O livro é pequeno. 120 e pouca páginas. A escrita é composta por pequeno parágrafos de no máximo meia dúzia de frases. Telegramático, mas igualmente poético porque condensa uma nova realidade por vezes inexpressível na linguagem possível. Porque ainda não não há uma nova linguagem para este novo mundo. Mas há o mesmo desejo de sobrevivência, o mesmo medo irracional que nos leva a derrubar o outro, a mesma necessidade de entreajuda que nos permite sobreviver, a mesma necessidade de criar um mundo melhor para os nossos filhos.
Título Original: The end we started from | Tradução: Mª do Carmo Figueira | Editora: Elsinore | Local: LX | Edição/Ano: 1ª, maio 2017 | Impressão: Printer Portuguesa | Págs.: 128 | Capa: Luís Alegre | ISBN: 978-989-8864-05-5 | DL: 425301/17| Localização: BLX Galv 82-31/HUN (80402566)

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