Não
sou a maior leitora de Sepulveda1.
Mas não preciso de o ser para o saber um contador de histórias que
marcaram a nossa vida. Um exemplo?
Há
mais de 15 anos, um grupo de jovens2
davam corpo ao grupo de teatro amador A.C.to. Uma das peças de
levámos à cena foi a adaptação de A História de uma Gaivota e do
Gato que a ensinou a voar. Gostaria de vos mostrar uma foto, mas não
tenho aqui nenhuma comigo3.
Mas, sinceramente, não é o mais importante. O mais importante é
que todo aquele grupo aprendeu realmente a voar. Ao olhar o percurso
que cada um fez nas suas vidas, constato que o medo de arriscar o voo
perante o vazio não faz parte do nosso vocabulário.
Hoje,
surge a notícia que o nosso mestre gato fez o seu voo final. Mas é
reconfortante saber que o seu ensinamento não morreu. Garanto-vos
que todos voamos com ele e por ele. Por isso, se nos virem cruzar os
céus, saibam que que o fazemos porque ele assim nos ensinou.
“Que
só voa quem se atreve a fazê-lo – miou Zorbas.”
Luís
Sepulveda (1949-2020)
1
Aliás, que me lembre, li apenas 3 títulos.
2 Correndo
o risco de estar a esquecer alguns nomes, perdoem-me, éramos:
Bruno, Tânia, Susana, Júlia, Xana, Pedro, Nuno, Nuno, Pedro,
Ana...
3 No
mundo actual, a clamar por evidências, uma foto é tudo o que
necessitamos para provar a existência de uma experiência aos
outros.
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