Teletrabalho: um denominador comum?



No outro dia, num grupo do Facebook, alguém perguntava se – passada esta fase e esta experiência de teletrabalho - este poder-se-ia tornar uma opção viável?
Gostei desta questão. Gostei, não porque pretenda fazer do teletrabalho a minha forma de trabalhar. Mas porque todos percebemos que algumas tarefas que fazemos são indiferentes ao lugar onde as fazemos. E por isso mesmo é um modo válido em diversas situações e com diversas pessoas. Saibamos nós perceber quais as situações e quais as pessoas.
Isto não é fácil. E a maioria está ainda no processo de adaptação e em circunstâncias que também não seriam as desejáveis. Mas há já algumas aprendizagens a reter. Primeiro, a compreensão de que, sim, é possível, e não, não é fácil. E com isto espero que um maior respeito por esta forma de trabalhar. Tal como respeito ainda mais quem simplesmente não tem sequer essa opção. Mas de certo modo essa é uma utopia: a de que sentíssemos o nosso trabalho mais valorizado.
Depois, que alguns problemas de comunicação podem ser atenuados e outros acentuados. Mas isto tem a ver com a forma como gerimos e valorizamos o trabalho de quem nos rodeia. É importante a realização de pontos de situação, reuniões q.b., mas, sobretudo, feedback. Se isto lá estava antes, talvez só mude o ritmo, senão estava ainda vai acentuar maiores clivagem, porque agora não podemos compensar nenhuma lacuna quando nos cruzamos nos corredores.
E as expectativas? Que expectativas temos sobre a nossa prestação neste momento? Estamos a ser realistas? Estão a ser realistas connosco? Talvez isto se resolvesse considerando o parágrafo anterior, mas.... Também em conversa entre amigos, percebo que que estamos numa ânsia de corresponder, mas não se sabe bem a quê ou então a ser irrealistas. Pois não basta corresponder é preciso perceber as circunstancias. Pois quando estamos num mesmo local de trabalho há uma certa equivalência de meios. Agora, com muitos a trabalhar com os seus próprios recursos (equipamentos, acessos, espaços) nem todos estão em igualdade e não, não se pode pedir o mesmo a todos. E até vos questiono: já alguém se preocupou em saber se têm os meios e os conhecimentos para tudo o que vos solicitam? (E não, os tutoriais on line não resolvem tudo)
Ainda precisamos de completar esta aprendizagem. Vamos sais com mais ferramentas e capacidades de organização de trabalho. Com certeza. Mas ainda falta um grande percurso para chegarmos a um denominador comum.

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