As Velas Ardem até ao Fim, Sandor Marai

Muitas sugestões de leitura e um repto especifico depois, finalmente cheguei a este livro, que toca muitos dos que o leem. Finalmente compreendi o porquê desse diálogo intimo que este livro n
os suscita, embora não consiga ter a visão um pouco romântica que por vezes me chega sobre o mesmo.

O livro relata-nos a antecipação e o jantar entre dois amigos, que não se veem há 41 anos e 43 dias, após um incidente que os marcou. É um jantar no qual um deles espera respostas, que (spoiler alert) na verdade não obtém. Mas enquanto acompanhamos esse jantar, vamos tendo acesso à história da sua vida e da sua amizade, bem como do episódio que marcou a sua separação.

Esta é uma história de final de vida. Do momento em que se pesam todas as intenções, decisões, acções e consequências de uma vida, das e nas vidas que a rodeiam. É último momento para se colocar todas as perguntas na esperança de uma última resposta, mesmo que seja para concluir não há respostas possíveis.

É um livro muito interessante pelas reflexões em nos faz navegar e – se o quisermos – pelo balanço pessoal que nos possibilita. Creio que poderá não ser tão apreciado por uma camada mais jovem, que pode não ter mundo para acompanhar algumas dessas reflexões. Creio igualmente que este é um daqueles livros a que podemos voltar de quando em quando e ao qual daremos novas leituras e esse é o grande mérito do mesmo. Por isso, esta foi uma daquelas muito gratas leituras.

Título Original: A Gyrtyák Csonking Égnek | Tradução: Mária Magdolna Demeter (do húngaro) | Revisão: Álvaro Marques | Editora: D. Quixote | Local: Alfragide | Edição/Ano: 28ª, jan 2017 | Impressão: Multitipo | Págs.: 153 | ISBN: 978-972-20-2062-6 | DL: 419526/16 | Localização: Pax



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