Do desconfinamento I | Novos Velhos Hábitos

Adelaide Bernardo, 15/05/2020
O último dia em que fui trabalhar presencialmente foi a 13/03. Uma sexta-feira. Desde esse dia, os meus movimentos gerem-se numa espécie de triângulo quebrado apenas por duas vezes.

Hoje, foi o primeiro dia em que essa nova rotina se desfez. Não para a rotina de antes, nem para uma nova e permanente. Uma nova e transitória, que nem sei se poderei denominar de rotina. Foi apenas o primeiro dia de algo diferente, ao qual se seguirá um outro e um outro até ao tão já famigerado novo normal.

Sabia que 2020 seria um ano de diversas mudanças, mas longe de mim que elas atingissem estas proporções. Longe de todos nós.

Mas hoje, hoje fiz duas coisas que não fazia desde esse dia há dois meses atrás: comprei uns salgados no café da estação e andei de comboio. E aproveitar essa viagem para retomar um hábito deixado abruptamente: ler nos transportes públicos. Porque ler nos transportes públicos é a minha “normalidade”, o meu prazer tranquilizador.

De certa forma, hoje, alimentei-me duplamente: pelo estômago e pela mente.

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