Das minhas primeiras viagens de transportes, retenho duas situações: a estranheza de comboios quase vazios e diversas manifestações de pobreza.
Em poucos dias, realizei as minhas viagens em diversos horários. Ao contrários das noticias dos primeiros dias de pandemia que davam conta de comboios a abarrotar, encontrei comboios anormalmente vazios. No Cacém, as pessoas conseguem sentar-se uma a cada conjunto de quatro bancos. Quem entra depois, tem cuidado em encontrar os lugares e espaços o mais distanciados possível. Entre a Amadora e Sete Rios há mais quantidade de pessoas, mas nada de extraordinário ou comparável com os dias da normalidade pré pandemia, em que reinava o ensardinhamento em lata.
O que leva a esta situação?
Quem tem essa opção, utiliza o seu transporte particular. Entretanto, a situação das escolas encerradas alivia muito. Há também ainda muitas pessoas em teletrabalho ou até em lay off. E depois, e o mais importante, muitos que perderam o seu trabalho. Sim, vai-se percebendo essa realidade a cada dia. Para além de números ou estatísticas há esta constatação na densidade do numero de utilizadores dos transportes públicos. E talvez alguns destes sejam os novos (?) pedintes. Sim, num só dia, entre plataforma e carruagens, três pessoas deambulavam pedindo uma ajuda.
E, nós, o que fazemos perante esta realidade brutal?
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