O que é que gostei mais nesta história? A sua organização. O modo como tudo está estruturado e todos os pontos atados, o que revela uma grande maturidade e domínio da narrativa.
A história, em sim, é simples: uma jovem recebe uma pequena herança da tia paterna, que a obriga a regressar à casa de família. Uma família que não vê desde os 5 anos e da qual, na verdade, não sente qualquer saudade e cuja a recordação é pautada pela ausência de qualquer menção por parte do pai. Como se este tivesse simplesmente passado uma borracha sobre o seu passado e ao fazê-lo priva igualmente a nossa protagonista do seu. Essa visita vai confronta-la com um passado familiar de violência e intolerância, como impacta todos os seus elementos e como cada um desenvolve estratégias para a acomodar ou repelir. Seja através da arte, do desequilibro mental ou do afastamento total.
Não sendo uma história nova, é uma história que está muito bem contada. E deixa-me curiosa para voltar à escrita desta autora que desconhecia. Mas a fazer jus por este livro, vale muito a pena conhecer.
Revisão: Joaquim E. Oliveira | Editora: Cultura Editora | Edição/Ano: 1ª, jNov 2017 | Local: LX | Capa: Maria Pinheiro | Impressão: Multitipo, AG| Págs.: 222 | ISBN: 978-989-8886-06-4 | D.L.: 433643/17 |Localização: BLX Gal 82P-31/SOA (80405800)
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