Eliete, Dulce Maria Cardoso

Foi necessário pegar 2 ou 3 vezes neste livro antes de aderir a ela, a ele. Mas quando finalmente essa adesão, foi uma leitura rápida e fluída, divertida e reconhecível, sim, de uma vida normal. Eliete podia ser qualquer uma de nós. Em certos aspectos é, noutros, claro que não, afinal nem todos temos a mesma história de vida. Mas Eliete é com certeza uma rapariga e uma mulher do seu tempo e do seu lugar e a geração feminina contemporânea desta personagem tem muito em que ser rever.

DMC analisa e esmiúça, com muito humor à mistura, temas como família, casamento, maternidade, filiação, relações à luz dos acontecimentos que marcaram a geração nascida em ’70, inícios de ’80 neste país à beira mar plantado, cada vez mais permeável às influências da globalização ditada pela evolução tecnológica. Que expectativas tinha esta geração de mulheres para qual se abriram novas portas e como é que foram atravessadas? Como é que lidaram com a herança de 40 anos de ditadura em que o papel da mulher estava nitidamente definido? Como é que esta geração preparou a geração posterior?

Este livro é assumido pela autora como o primeiro de uma trilogia. No entanto, vale por si. Pois a ponta do véu do segundo volume só fica levantada nas duas últimas páginas. Por isso, spoiler alert, se não quer ficar em pulgas para ler o próximo volume, revisto ser editado no final deste ano, não leia as duas últimas páginas.

Revisão: M. alfaia | Editora: tinta da China | Local: LX | Edição/Ano: 1ª,Nov 2018  | Impressão: eigal | Págs.: 285 | Capa: V. Tavares| ISBN: 978-989-671-458-1 | DL: 447535/18 | Localização: BLX BECCE 82P-31/CAR (80429302)


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