É num misto entre registo diarístico e ensaístico que vamos
acompanhado este deambular que o leva pela observação do objecto da paixão pela
janela, a espera, o consumar e o desfazer, enquanto paralelamente reescreve a
sua própria sexualidade, usufruindo do corpo que tardiamente se vê alvo de
desejo e disponível para o prazer. Corpo, mente, sedução, amor, sexo,
consentimento, perversão, moral, construção social, … Este é um objecto
literário intencionalmente não tão simples de classificar. Porque o autor não
pretende classificações. Tal como o seu protagonista não é rotulável.
Não sei se gostei ou não do livro, mas sei que gostei de
diversas reflexões do narrador. Por exemplo, sobre a relação do corpo, enquanto
objecto de não desejo, que raramente vejo abordado com esta precisão. E também
sobre arte, imaginação, escrita e as inúmeras referências, que talvez – um destes
dias – pesquise.
Revisão: Carlos Pinheiro | Editora: Quetzal | Colecção: língua comum | Local: Lx | Edição/Ano: 1ª , Mai 2018| Impressão: Bloco Gráfico| Págs.: 142 | Capa: IRui Rodrigues | ISBN: 978-989-722-468-3| DL: 439033/18 | Localização: BLX PG 82P-993/DIR (80431951)
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