Homens sem mulheres, Haruki Murakami

Esta foi a minha 3ª incursão na escrita deste autor. Não sendo um autor de eleição, nem pelo qual sinto um especial apelo, aprecio a sua escrita e a sua voz, com certeza única no panorama literário. Um voz e histórias cuja existência são importantes e relevantes para a diversidade literária, mesmo que não sejam aquelas com que te identificas ou te sentes impelida a ler.

Homens sem mulheres é um conjunto de diversos contos. Leem-se com a vagar e de forma fluída. Aliás, esta parece-me uma das características da escrita de Murakami: o autor demora-se exatamente o tempo, os pormenores e as aparentes insignificâncias quotidianas que as histórias exigem ou ocupam. E eu gosto desta caraterística. Mais do que qualquer outra, são as insignificâncias quotidianas que permitem que nos identifiquemos com as as personagens ou histórias.

O que me ficou desta leitura? As mulheres japonesas são muito pragmáticas e livres. Mais, são conscientes dessa liberdade e usufruem-na. Dai que os homens que gravitam à sua volta se descubram desnecessários ou simplesmente utilitários, no que concerne ao sexo e até ao afecto. (Inversão geracional de papéis?) Estes homens sem mulheres são homens sem afecto e conscientes disso. Não são homens temporariamente sós. São homens destinados a ficar (ser?) sós e humildemente aceitam-no.

Título Original: Men without women | Tradução: Mária joão Lourenço | Revisão: Rui augusto | Editora: Casa das Letras | Local: Alfragide | Edição/Ano: 1ª, set 2017 | Impressão: Eigal | Págs.: 250 | ISBN: 978-989-741-810-5 | DL: 429294/17 | Localização: BLX PG82-31/Mur (80403885)

Comentários