Esta foi a minha primeira incursão na escrita da MST. E este não é um dos seus trabalhos emblemáticos. Talvez por isso, a minha sensação final a pós a leitura é que não me conquistou, pois não retirei uma sensação de acrescento. Porquê?
Primeiro vamos resumir a história: uma jovem mulher e um homem cerca de 15 anos mais velhos são companheiros de viagem pelo deserto durante cerca de mês e meio. Conhecem-se na véspera e não se tornam a ver depois. Embora a sua relação (não física) ter sido curta e de certo modo circunstancial, a cumplicidade desses dias ressoa latentemente no protagonista durante as duas décadas seguintes. Esta ideia achei interessante, o facto de não haver uma relação física mas uma ligação de outro nível, que transparece no subtítulo Quase romance, que também tem o sentido duplo relativamente ao género textual que nos chega, que está mais para novela do que para romance. As personagens não são exactamente superficiais, mas ficam-me estereotipadas. Tal como algumas das cenas, em que o protagonista se quer herói e salvador. E, por fim, falta-me outra descrição da experiência do deserto, que me fica aquém de outras leituras.
É um livro que se lê rápido e não é intelectualmente exigente, por isso pode ser adequado e bom para consumir entre outras leituras. Mas, não me tendo conquistado, nem desapontado, deixou-me a curiosidade de ler um dos seus trabalhos mais emblemáticos, para perceber realmente o motivo pelo qual apela aos leitores e o torna um dos mais lidos autores nacionais.
Revisão: Manuel Dias | Editora: Oficina do Livro| Coleção: | Edição/Ano: 1ª, jul 2009| Local: LX | Capa: Maria Manuel Lacerda | Impressão: Multitipo, AG| Págs.: 125 | ISBN: 978-989-555-464-5 | D.L.: 295908/09 |Localização: BLX SL 82P-34/TAV (80405078)
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