Não sou leitora de BD...

 

, mas esporadicamente dedico-me a este género com grata surpresa.

Não se lê BD do mesmo modo que se lê prosa ou se lê poesia (de que também sou leitora esporádica). Por isso, a leitura das primeiras é sempre um exercício estranho. A tendência é seguir o texto de forma quase corrida e quase abstrair-me das imagens. Depois, vem a sensação de lacuna, de uma velocidade vertiginosa que não me deixa desfrutar ou ser a percepção da intenção do autor. É quando tomo consciência de que tenho de “ler” as imagens. Então tenho de recomeçar…

Leio os “balôes”, detenho-me nas imagens, procuro complementar as duas informações e… então percebo! Percebo a dimensão e profundidade destas obras. Percebo a capacidade de síntese e abstração apresentados. Percebo a arte e mister subjacentes. Percebo a razão porque tantos apreciam este género, muitas vezes subvalorizado. É um momento quase epifânico.

E digo sempre que vou retornar mais vezes… e demoro sempre a fazê-lo… e quando o faço é sempre uma nova grata surpresa. Uma descoberta. Um maravilhamento. E talvez por isso tarde sempre em retornar. Para poder viver novamente a revelação, como se fosse pela primeira vez.

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