A invenção ocasional, Elena Ferrante

Sempre que olho para a dimensão simultaneamente simpática e de respeito da tetralogia A Amiga Genial confesso que perco a motivação para conhecer a escrita desta enigmática autora. Já o título A vida mentirosa dos adultos chama por mim e receio até que o título me suscite demasiadas expectativas. Entretanto cruzei-me com est'A Invenção Ocasional, que acabou por ser a porta de entrada na escrita da autora ou pelo menos do modo como ela pensa a escrita e alguns dos seus aspectos. Não é uma manual de escrita, mas muitos dos seus capítulos resumem a sua visão da escrita, da literatura, do estilo, da técnica, da inspiração. Por isso, podemos até dizer que é uma síntese da sua arte poética.

A invenção Ocasional resulta de um convite do jornal Guardian para que a autora escrevesse uma crónica semanal para as suas páginas. Esta aceitou na condição de que a colaboração tivesse o limite de um ano e que lhe fosse enviada uma série de questões às quais iria respondendo semanalmente. O resultado foi este conjunto de cerca de 50 capítulos curtos que se leem como se come cerejas e aos quais apetece voltar de quando em quando.

Para mim, foi um ótimo auspicio para, lá mais para o verão, talvez, me iniciar na sua outra ficção. Não me perguntem porquê, mas sinto que o verão será a altura propicia à sua leitura. Será uma convicção pateta e sem qualquer razão que o justifique, mas é assim que o sinto.

Título Original: L'Invenzione occasionale | Tradução: Miguel Serras Pereira | Ilustração: Andrea Ucini | Revisão: Isabel Castro Silva | Editora: Relógio d'água | Local: LX | Edição/Ano: Set 2019 | Capa: Carlos César Vasconcelos | Impressão: Guide AG, Lda. | Págs.: 112 | ISBN: 978-989-641-948-6 | DL: 457856/19 | Localização: BLX DMF 82-92/FER (80432978)

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