Frango com ameixas, Marjane Satrapi

Uma das minhas intenções de leitura para este ano é dedicar-me à Banda Desenhada, de preferência às novelas gráficas. Como já aqui tenho registado, apesar de não ser uma leitora profícua neste género, tenho tido agradáveis surpresas. Resolvi até instituir uma certa rotina de leitura, pois percebi que as tardes/noites de televisivo desinteresse ao fim de semana são facilmente substituídas por esta leitura.

Desta feita, resolvi dedicar-me a este Frango com Ameixas, de Marjane Satrapi, conhecida sobretudo por Persépolis e Bordados. Creio que não os li por completo, mas já os desfolhei. Em Frango com ameixas, a autora explora a última semana de vida de um tio-avô, músico que decide deixar de viver quando o seu instrumento, tar, é partido. Essa semana é relatada dia a dia e em cada dia se mesclam memórias e o porquê dessa decisão tão incompreendida. E é essa mescla, entre memória familiar e as possíveis razões, em que nenhum ponto fica sem nó, que a autora nos cativa, ao apresentar de forma gradual e aprofundada esse homem aparentemente insensível e dedicado unicamente à sua arte. Mas, como em todos nós, há muito mais no nosso interior do que é visível ao olhar. E Satrapi é magistral no modo como nos permite aceder a essa profundidade, dominando os tempos da narrativa e a sua sequencia.

Tradução: Pedro Cleto | Editora: Levoir | Local: LX | Edição/Ano: 20019 | Impressão: ... | Págs.: 88 | Capa: Silva!designers | ISBN: 978-989-682-815-8 | DL: 457361/19 | Localização: BLX Galv 82 BD NT SAT (80422725)

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