Desconfinamento 2.0 | Escrita terapêutica

Uma das minhas terapias ao longo de todo este período tem sido a escrita. Na verdade, pouco mais tenho feito de libertador para além da escrita e da leitura. Até a televisão tem sido um fraco escape, cansada que estou de ecrãs. O resultado é que tenho escrito bastante, sobretudo escrita manuscrita, e em cerca de um ano dei por mim a terminar dois cadernos.

Um foi o meu habitual caderno de rascunhos, apontamentos e esboços a nível profissional. Registos de formações, de reuniões, os primeiros esboços de projectos, ideias para mais tarde (sempre tantas), rascunhos de textos que quero trabalhar. Não esperava que o caderno, apesar de não muito grande, se findasse em menos de um ano.

Outro, foi um registo mais diarístico, algo que sempre me foi muito inconsistente. Também não esperava terminar um caderno deste tipo, afinal nunca tinha acabado um anteriormente. O mais curioso é que iniciei este registo no início de 2020, quando ainda não tínhamos qualquer percepção do que seria o ano a partir de março. Pessoalmente, iniciei este registo de forma mais sistemática com um propósito mais especifico. Sentia necessidade de reflectir sobre diversos aspectos do meu passado e do meu presente e a escrita, claro, era a melhor forma de o fazer. Acabou por ser também o maior repositório da minha reacção à pandemia, aos confinamento, respectivos desconfinamentos e tudo o que se alterou nas nossas vidas. Estou a pouquinhas páginas de o terminar e sinceramente já estou a pensar no próximo.

Só há poucos dias, me senti novamente motivada para, a seguir ao jantar, me sentar ao computador para escrever para outros olhos. Tenho uma lista (ai, as listas) de tópicos sobre os quais quero escrever. Espero, pouco a pouco, deixar aqui novos textos, mas não só. Espero escrever outros, para outros propósitos. Estou confiante, porque percebi que a forma como escrevo se alterou neste último ano. Não sei se se alterou muito a forma como me exprimo, mas o modo o como lá chego sim. Qual o resultado a curto e longo prazo, não sei, mas estou confiante de que chegarei mais longe.

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