O que perdemos nos transportes?

A semana passada foi uma semana estranha, por vários motivos. Um dos quais foi a perda um caderno com diversos rascunhos, que, distraída, deixei no comboio. Durante alguns dias, tive a esperança que fosse entregue nos perdidos e achados da CP. Afinal, quem é que quereria um caderno cheio de apontamentos pessoais? Mas, como sempre, o nosso tesouro, é o lixo dos outros.

Claro que muito do que ali estava apontado, já não me interessava. Já era ou já estava passado e tenho forma de recuperar alguns dos rascunhos. Mas, e há sempre um mas, um dos rascunhos custou-me perder. Tinha cerca de 10 páginas já e nada estava ainda passado a computador. Sim, ainda escrevo sobretudo à mão e, não sei muito bem porquê, perdi a mecânica da escrita direta no computador, o que me retira muita (ou qualquer) eficácia de escrita. Tenho de trabalhar mais nisto.

Voltando ao rascunho que perdi. Realmente, custa-me perde-lo. Acho que tinha alguns pontos interessantes em termos de história e alguns parágrafos bem conseguidos. Vou tentar durante estes dias reconstruir, nem que seja por tópicos, algumas das ideias e sequência de história que já tinha. Vai ser complicado, mas faz igualmente parte do processo da musculatura e da mecanização das estruturas de escrita, certo?

Bem, desabafos à parte. Já há muito que não deixava aqui nenhum registo. Não tem sido por falta de ideias ou reflexões, mas sim por uma incapacidade de estruturação dos mesmos. Por isso, estava inclusive bastante entusiasmada com o rascunho perdido. Seja como for, sinto que houve aqui um qualquer desbloqueio, por isso, espero vir a deixar aqui mais alguns registos de leituras e reflexões sobre os projetos que entretanto vão decorrendo.

Comentários

  1. Boa noite

    Fiquei a pensar, talvez os seus pensamentos perdidos, sejam o luxo de quem os encontrou. Uma oportunidade. Uma porta, nova janela, um poetal na espuma dos dias de alguém para pensar de outra maneira.
    Há muitos, muitos anos... emcontrei um pequeno caderno A6, de esboços, pensamentos gráficos, perdido numa cabine telefónica. Na altura existiam muitas.
    Não havia perdidos e achados nas cabines telefónicas.
    Há pouco tempo reencontrei numa caixa esses esboços perdidos, também para mim, entre memórias que procurava e partilhava por circunstâncias que me doem.
    Quando as redescobri e partilhei, foi uma nova possibilidade. Para mim e principalmente para quem a viu pela primeira vez. E o que alguém perdeu de intimo mas belo, pode ser uma oportunidade para quem encontra.
    Obrigada pela sua partilha e escrita.
    Gostaria muito de saber como posso participar no clube de leitura que organiza.
    Até breve, espero muito!
    Abraço
    Não deixe de escrever e inspirar leituras e novos olhares

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  2. Car@ desconhecid@,
    Obrigada pelas palavras. É sempre bom saber que alguém do outro lado do que escreve.
    Também me reconforta e alicia a possibilidade de alguém encontrar algo de interesse na diversidade e caos de alguns daqueles apontamentos e rascunhos. Na verdade, já estou de volta de um rascunho a partir dessa possibilidade.
    Quanto à participação no Clube de leitura, é sempre bem-vind@. Basta aparecer no dia da reunião, não há formalidades. A próxima será dia 13 de Dezembro, pelas 18H30, Biblioteca Palácio Galveias.
    Uma vez mais, obrigada pelas palavras. :)

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  3. Ai que perda terrível!! Também escrevo à mão. Aliás, cada vez que estou de partida para uma nova aventura, levo um molho de folhas de rascunho em 2ª mão, onde escrevo o grosso da história, e mais tarde faço a reescrita.

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