Já não sei bem como cheguei a esta história,
provavelmente algo que li na internet. O que faz todo o sentido, uma vez que as
histórias de Alice Oseman nasceram primeiro em formato digital na internet,
onde ganharam seguidor@s, sendo publicadas posteriormente, em diverso volumes.
Estas conquistaram um público tão vasto, que Heartstopper está atualmente a ser
adaptado à televisão, via Netflix. Creio eu. Mas do que trata esta história? Deixo-vos
o resumo do Plano Nacional de Leitura 2027, ao qual acrescentarei depois a minha
perspectiva:
Charlie é um rapaz que frequenta o 10º ano e mantém uma relação secreta com
o seu colega Ben. Ocasionalmente conhece Nick num grupo de estudo e a relação
entre os dois vai ganhando contornos de natural cumplicidade. A percepção de
Charlie evolui da desconfiança em relação ao colega à descoberta e aceitação de
um sentimento amoroso. Porém, tudo o leva a crer que a relação não poderá
passar da amizade, já que Charlie considera que Nick é heterossexual.
Se o primeiro volume de Heartstopper se dedica ao despontar do amor entre
Charlie e Nick, este segundo livro explora as dúvidas identitárias de um e, por
inerência, o passado do outro. Nick nunca supusera poder gostar de outro rapaz
e, perante o turbilhão de sentimentos, não sabe exatamente quem é. Neste
contexto, assumir o namoro é difícil. Charlie, por seu turno, aceita e
compreende as questões do namorado. No entanto, certas ações podem recordar
experiências anteriores e os pares contribuem para o ruído emocional e para a
discriminação. Felizmente, nem todos.
Até agora em Portugal, estão editados 3 de 4
vols. Algo interessante nesta história, é que é um spin off de Solitaire, em
que a protagonista é a irmã de Charlie e Charlie e Nick são já namorados. Mas como
é que aí chegaram? Pois, é ler Heartstopper.
O que é que gostei nesta história? Da nota
positiva com que os assuntos sérios são tratados. Não são escamoteados, mas são
tratados de uma perspetiva de tentativa de compreensão, aceitação e procura de resolução.
Enquanto os jovens se conhecem (um ao outro e a si próprios), são abordados
temas como bullying, identidade, distúrbios alimentares e mentais, sobretudo
provocados pela ansiedade e receio da não aceitação pelos outros. Em que cada
revelação traz consigo um conjunto diferente de receios e que o sentir-se
resolvido não significa que os fantasmas residuais do passados não possam
emergir perante determinados gatilhos. Mas, como disse, a autora conta-nos a
história de Charlie e Nick pela positiva, com a aceitação por parte dos país (e
alguma parvoíce fraternal pelo meio, mais ei, que esperar dos irmãos?), dos
amigos, também cada um a fazer um percurso semelhante próprio da idade, e
sobretudo pela amizade que permeia e permite que as descobertas sejam vividas
em partilha e apoio. Além, do fofo que são os protagonistas, creio que é esta positividade
e esperança que torna esta história tão apelativa. Até porque, não é necessário
o contrário, pois não?Para descobrirem mais, consultem o site da autora https://www.aliceoseman.com/ e encontraram inclusive uma história em UA.
Título Original:
Heartstopper | Ilustração: Alice Oseman | Tradução: Inês Montenegro | Revisão:
Ana Gaspar Pinto | Editora: Cultura Editora | Local: LX | Edição/Ano: 1ª, nov
2021 | Impressão: Eigal, IG SA | Págs.: ...
| ISBN: 978-989-9039-85-8 | DL: 488657/21 | Localização: BLX Gal 82
BD AV /OSE (80475746)
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